e o papel branco...
prostrado a minha frente,
sempre em branco...
ditando meu silêncio...
branco...
ameaçando-me certo agouro
diante das palavras...
brancas
e eu,
extremista que só....
definitivamente não escrevo...
não me dou a esse direito...
seria uma audácia,um sacrilégio,
sem você por aqui...
desculpe o exagero...
desse amor paradoxo,
que ora não se importa,
ora morre por você...
entenda como quiser...
amor banhado em ódio,
esqueça-me se não vier...
nem p'ra dizer que vai embora...
nem p'ra protestar qualquer importância...
nem p´ra dizer que nunca existiu...
então não há um grito,
um "eu te amo" a minha janela
nenhuma serenata, nem surpresa
nenhuma garganta sedenta por beijo meu
e o vazio toma conta...
e o ócio toma conta,
da cabeça que não existe mais,
esta em ti...
e você, não está aqui...