terça-feira, 11 de setembro de 2012

...



Farrapos!
Não me dê flores com cheiro de rua.
Não me dê flores roubadas de alguém.
Não me dê flores.

Cacos!
Não prometo casamento.
Não prometo uma semana.
Não prometo nada.

O melhor dos meus receios é o de me apaixonar.
O pior, o de viver apaixonada.

Eu não quero nada.
Só um corpo quente em cima do meu.


domingo, 9 de setembro de 2012

Quando amanhecer.




Deitada no teu abraço,
Eu sonho e sorrio.
Te digo palavras macias,
Te faço cafuné sem nehuma intenção.
Te rio em meio aos travesseiros,
Te sinto o calor da tez desnuda.
Te quero sem premissas.
Te quero sem ressalvas.
Te juro amores eternos.
Te vejo jurar e acredito.
Te faço planos.
Te quero casar.
Então,
Te peço que não despertes.
Que me deixe ficar no teu peito.
Ainda desnuda.
De ressalvas e de roupas.
De rancores e de dor.
Ainda sonhando.
Te peço.
Não despertes!
Hoje quando amanhecer,
E pelo arrastar da tarde,
E na próxima segunda,
E no próximo mês.
Eu não quero pensar.
Não quero medir prós e contras.
Não quero ver o que dói.
Não quero doer.
Quando amanhecer,
Que não desperte tu,
E que tu não me desperte.
Quando amanhecer,
Eu não quero ir.
Eu não quero acordar.
Eu nem quero ser,
Eu só quero estar,
Deitada no teu abraço.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Um par

Eu queria te dizer quando te encontrasse a primeira vez. Queria te dizer do tempo que eu esperei. Queria ter te feito par a tanto mais tempo quanto pude, mas pude esperar por que você chegou.
 O seu sorriso na hora errada, eu nem sei amar, eu te disse. E não sei mesmo. Nada era amor antes de você.E eu torci por muito tempo, forcei rostos, memórias inventadas.
 Que você fosse manso, que chegasse com carinho, que não mentisse nunca,que me deixasse segura,menina e mulher...eu desejava e fechava os olhinhos. Mas eu sou tão criança, tão criança, que te sonhei como príncipe...e você ainda nem existia.... e ficou guardado num pedaço de sonho, num espaço nulo,numa esperança pueril, que nunca acontece...que nasce conto e morre história.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

SAUDADE

Fazem três minutos que eu voltei da tua casa. Exatos 3 minutos que você me deixou no portão de casa e nos despedimos por 20 minutos de abraços e beijos e carinhos.
 Eu não quero perder teu cheiro em mim.
Não quero sentir falta da tua pele encostando na minha, porque só assim pareço que fico bem.

Eu passei dias incríveis...conheci sua mãe, sua família, nossa família.
Nossos amigos.
Dormi na sua cama, e sinto o cheiro do teu lençol, agora,enquanto visto a blusa que você usou,
para te sentir mais de perto.
Me dá um aperto no peito, procurar sua mão e não encontrar para me abraçar.
Me dá um aperto e eu choro. Sim, choro de saudade porque já fazem alguns minutos que eu não
te tenho perto de mim, no abraço mais forte e macio do mundo.
Eu passei dias lindos com você e sei que deveria conseguir esperar pelos próximos.

Provei do seu sexo, do seu amor, da sua vontade e da sua prudência.
Provei de você acordando, e se arrumando pra sair.
E Saindo do banho com o cheiro do sabonete ainda no corpo.
Provei teu beijo de boa noite e de bom dia.
 E nisso tudo eu só provei pra mim mesma, que sou sua.
E que mais que te querer. Eu provei,
que preciso de você.

Em Algum Dia de Junho...



 estou apaixonada....
em níveis absurdos, uma paixão ácida...que dissolveu todo o resto em mim.
até meus medos foram embora...meus pudores, minhas mágoas...tudo se desfez feito barco de papel crepom.

e eu tenho vontades de mulherzinha... de cozinhar pra ele enquanto ele joga video-game,
de pegar a família dele pra mim, chamar a mãe de mãe, o irmão de irmão.

de fazer ele dormir no meu colo quando ele não estiver com sono.
mesmo que eu esteja exausta. e me perder olhando ele sonhar.

e só por falar...e só por pensar...e só por esta viva,
eu sinto o cheiro do cabelo dele, fazendo saudades em mim.

e ele me faz muitas saudades...e muitos sorrisos bobos e sem motivos,
solitários...por lembrar algo que ele disse ou de uma de suas manias estranhas.

e eu termino fazendo ninho naquele colo, naquele cheiro, naquele abraço seguro, que é o único, parece,que me encaixa perfeitamente,mesmo que ainda não o tenha experimentado.

É uma certeza que mora em mim...na segurança que ele me dá,só de existir.

e eu sei que posso me acabar muito com isso tudo. e posse me ferir com ele.
mas eu não ligo...eu simplesmente não ligo, mesmo que eu saiba que vai doer.

perdi meus freios, eles amoleceram com o atrito que a minha vontade incessante causou.e agora,estou rendida.

dependo de uma paixão de retorno, de um cuidado de retorno, ou  só de um colo talvez.qualquer coisa.desde que sejam dele.


dependo daquelas mensagens de "boa noite" para dormir, como dependia das histórias que minha mãe me contava.

dependo daquele sorriso para fazer aparecer o meu sorriso, e até dos inúmeros clichês que eu coloquei nesse texto.todos dele.

e das minhas vontades precoces de berrar"eu te amo", nem delas eu consigo cuidar... então sorrio

e ele me sorri de volta e me diz, mesmo que não saiba, que me ama também.

e estou assim, quem diria...a grande mulher do novo século, tão minha,tão indomável,
agora é só uma mulherzinha apaixonada.

mulherzinha,apaixonada, vencida, frágil, e até, submissa...
e adorando.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Medo da Felicidade.



   É num simples momento de desapegar do teu colo, de não sentir teu cheiro, que ele surge.
   No espaço incomum entre o nosso presente consumado e o futuro que eu idealizo, ele arranja espaço, porque eu não sei viver sem ele.

   E eu, imaginativa que só, não sei separar sonhos, expectativas e devaneios. E eu tenho medo de imaginar sem maiores deliberações. Minha cabeça não conhece limites reais. Então, tudo parece construído por mim, minha loucura. E nessa loucura, o escuro surge,o medo surge. Medo de que eu esteja então, finalmente, louca.
   E diagnosticada.
   Imaginando coisas sem fundamento algum.
   Eu tenho medo do desconhecido,medo do que eu não posso controlar, e o pior...
   Medo de que seja impossível ser feliz...

   A felicidade é um bicho-papão de criança adulta.É sorridente, tem charme de hollywood, e chega em você com uma obrigação de Julia Roberts. De vida de filme mamão com açúcar.
   Imagina só, acordar de manhã, com a sua camisa, com um abraço sorrateiro pelas costas e um beijo no pescoço. Imagina se eu mereço a alegria que me dá sua barba deixando minha nuca vermelha.
   Logo eu, tão louca e triste. Tão cheia de defeitos. E muito mais parecida com a realidade Tim Burton.

   Então,em qualquer outra época, eu fugiria. Em um milhão de ocasiões eu fugiria. Para que eu não fosse feliz e que depois, tudo acabasse.Para que o maravilhoso e confortável mundo das possibilidades mantivesse viva a minha imagem romântica de ser sua mulher. Simples, boba e feliz. Fazendo teu café, levando nossos filhos à escola, perguntando como foi teu dia no trabalho, enquanto recolhia teus sapatos que você insiste em deixar no caminho.
   Eu manteria isso vivo na minha cabeça a qualquer custo, mesmo que fosse o preço de matar a realidade. Coisa de doido. Ou de escritor, se você preferir uma imagem romântica da coisa. Outro devaneio, afinal, nem escrever livros eu escrevo.

   Eu fugiria e continuaria viva. Triste, mas viva e esperançosa. Mas você me prendeu. Eu não sei como você me prendeu e me fez querer tentar e tentar mesmo que doa. E eu nem penso em fugir, eu só vou te sentndo todos os dias, e agradecendo pelo que tenho. E pensando no que posso não ter e me fazer doer. E as vezes dói, só de pensar.

   E então os medos aparecem de novo, e eu me recolho, olho pro nada, fico distante, penso em recobrar a minha sanidade. Se é que já a tive.
  Mas é só o tempo que leva para que você me abrace de novo, e que mais uma vez seu beijo, seu cheiro, seu sorriso, me levem, do futuro assustador, para um presente confortante. E que a eternidade passe a ser um momento. Aquele momento. E que os sonhos mais loucos, sejam planos. E que a felicidade, com seu nome e sobrenome, não seja mais uma escolha. Seja realidade.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Eu gosto das tuas manias.

   Ontem você me fez uma pergunta fora do comum. Me perguntou o que eu gostava em você.Eu fiquei sem resposta,mas tentei enumerar...
   Eu gosto dos teus cabelos loiros,gosto da tua mão grande, do teu olhar de criança, das tuas costas largas.
 Isso é fácil de gostar, e eu gosto.
  Mas não foi por isso que eu fiquei. Eu estava preparada para gostar de uma sensação estática, como foto. Estéril, que morre ali, no achar bonito.

 Mas você tem manias de contabilizar as coisas, de ser racional, de ditar coisas com a voz rouca, de dizer que eu sou importante pra você, de me abraçar sem motivos, de me instigar as suas vontades.
Tem mania de estar sempre pronto pra me ajudar, e de me fazer sentir saudades igualmente precoces e urgentes.
 Você tem mania de roubar o meu copo de bebida, de me roubar beijos, de me roubar pra você.

 E eu?Eu gosto das tuas manias.


  Eu gosto de você.

A-P-A-I-X-O-N-A-D-A

Fazem uns dias, eu escrevi um texto pro blog:churumellas

dêem uma olhada lá...tá bem legal, e eu fiquei muito feliz de ter sido convidada:

A-P-A-I-X-O-N-A-D-A




Deixa eu deitar no teu peito?

sei que peço, meio sem jeito.

mas colo que é teu, eu não rejeito.



sexta-feira, 4 de maio de 2012

Menino.

 Acho engraçado o seu olhar não ser triste,mesmo que você se veja sozinho. Acho bonito teu medo de não ser bom, mesmo sendo. Acho bonito você.
 Não pelo corpo desenhado, pelo rosto simétrico, ou pela força física.
 Acho bonito o que você deixa em mim toda vez que te peço conselhos. Essa sensatez pulsante,que eu nunca conheci.
 Um jeito bom de me resolver das minhas urgências, porque delas, você entende.Porque são como as suas, que você deixou calejar.E agora vive melhor.
 Você é um guerreiro, viajante, solitário, com jeito de príncipe e vontade de soldado. Você é você.
 E mesmo do alto de toda a sua sabedoria, eu tenho despertadas em palavras e sentimentos, vontades de te cuidar.
 Só para que você seja feliz, e para que ninguém destrua o que de mais bonito eu vejo em você.

(Desenho de Vitor Bardo, um menino.)

sábado, 28 de abril de 2012

Noitinha.

   Estranho eu ter visto a tua voz tão perto da minha orelha nua, de cabelos postos de lado. Ouvir a sua barba esfregar-se no meu ombro e costas, desnudos de roupas e de timidez. O cheiro da tua boca, o gosto desse teu olhar azul me encontrando tão serena pela noite.Estão nos teus lençóis, onde a minha alma descançou em paz serena, como quem achou seu lugar. Como a assinatura antiga que deixei na tua cabeceira, tudo parecia me esperar esse tempo todo.
   E eu senti tudo. O mundo que eu conheço, os países por onde nunca estive, os sonhos que ainda não realizei, estava tudo ali, nas nossas pernas enlaçadas tomando café as 4 da manhã de um dia que deveria ter acontecido por tantos dias.
  Desculpa se confundi os sentidos em palavras meia-boca. Você me dissolveu. Eu me moldei na tua mão forte que me segurava a coxa direita, no teu abraço apertado que dizia ver nos meus buracos no chão, lugares bonitos que se nasciam as flores.
  Quando você parou o carro para ver a lua, de repente, como se fosse nossa convidada, eu ri. Não foi deboche, mas essa noite, a lua não era nossa, Eu era a lua, e ela não tinha norte.
    Eu tive sorte.Acordei manhãzinha, voltando para a casa que não era mais minha, em meus medos voadores interplanetários,como você me dizia. E eu senti o toque que teu cheiro cometeu na minha pele.Tipo crime, porque o autor do delito não estava presente, e eu não quis que ele me visse ir só porque eu prometi que voltaria.E voltaria.Na verdade, eu ainda estava lá.
   Eu era você e mais ninguém.E me abracei sozinha, tentando reviver o teu carinho. Para prolongar o que durou muito mais do que uma noitinha.

Cometo.

Cometo dores de amores que invento.
Cometo dores de amores que nem tento.
Cometo vontades
Cometo intensidades
Cometo palavras sutis
Cometo saudades vis
Cometo.
E eu prometo,
Cometo-me.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Eu admito

Eu admito que levei meus textos e os seus comigo. Eu admito que eu vi poesia em tudo que você fazia.
Eu admito que a culpa não foi nem de longe tua, por tanto amor que eu te dei.
Eu te levei no colo pra te proteger dos medos que outros criaram em você,e que você, naturalmente me deu sem que eu pedisse...você ama mais o amor do que qualquer pessoa.
E agora, eu me acho bobo, olhando pra nós dois como quem diz que foi em vão, só porque eu amei demais e você,não.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Amar-te-ei até que seja inverno

 Não pense em escrever nossa história, que não cabe em prosa, menos ainda em verso.Nasceu descompromissada no sorriso que eu te dei, e assim irá embora, dançando em lágrimas quando for a hora.
Não. Não estou datando um fim para nossos carinhos de preguiça infantil.Mas eles hão de crescer em meio as ventos.E de certo,não serão primavera por tanto tempo.
Então eu escolherei sorrir, por que é disso que é feita a minha essência. E você irá fazer as malas de mim, e nossos momentos serão findos antes que esfriem.E hão de virar memória no meu porta-fotos mental.
  E eu te digo sem arrependimentos,
que enquanto em você tudo é sol e brilha, em mim há de chover de manhãzinha E eu vou embora abraçada aos próprios braços. Nesse abraço que que nunca congela, e que se chama amor próprio.

sábado, 21 de abril de 2012

conta




que o cordão de contas
enfacelou e eu não dei conta.
Que o que a tristeza amargou 
eu adocei por minha conta.
e você, que contas?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

vou procurar uma escola de circo!

cansei de ser palhaça,
quero ser equilibrista.
dessa vida de artista,
os amores e a cachaça.

vou fazer malabarismo,
catar troco no sinal,
pintar a solidão imoral,
fazer ode ao cepticismo.

fadada ao final trágico,
três amores me deixaram,
as esperanças já findaram,
vou-me embora com o mágico!


(com Felipe Sams, o amigo que me ajudou a criar esse texto)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

dizer-te

vontade de te dizer poucas e boa,
dessas que sei  não ter o direito,
mas que a vontade não cessa,
nem cede a minha razão.

não vou te visitar hoje a noite,
pode perguntar onde estou.
estou sentada no teu portão,
te vendo passar por onde já se foi.

só não pergunte se eu estou bem,
não caia na besteira de perguntar se eu estou bem!
vontade de te dizer coisas perturbadoras hoje,
mas eu deixo meu silêncio te ferir sozinho.

imagens de um amor inventado

  Ana veio me dizer que amou um homem a vida inteira,
disse que ele era dela, mesmo que ele não queira.
-eu o tomei de assalto, ele deu bobeira.
 -Ana pare de asneira!

 Amor que se ama só, é carência,
vá não perca a paciência,
olhe que eu entendo da ciência,
o que te falta é prudência.


Eu  vi Ana chorando aquele dia.
 -Eu o quis  mais que devia,
  eu o amava, ele me  fodia,
   mas era ele quem eu queria.

 Ana beba mais um tiquinho,
amor é feito moinho.
vai e dá mais um pouquinho,
e saia a noite de fininho.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Libido


minha maior falta de juizo,
que corre do rosto,
que para no umbigo.
que desce com gosto.

é gozo, é choro,
é tudo indefinido,
eu procuro,eu corro,
e me acabo corrompido.

minha insensata líbido,
sou incapaz de me opor.
minha maior falta de juízo,
metade sexo, metade amor.

pois bem.

De que adianta esperar?
você não vem.
De companhia, o mar;
De resto? Ninguém.

Acho que se está a me faltar,
Ora, deve ter sido por bem.
Deixo o acaso a me cuidar,
E penso que pensas em mim também.

E dessas minhas seguranças turvas,
Dizem alguns aí pelas ruas,
Deus escreve por linhas tão curvas,
Que eu pensei fossem curvas tuas.


(arpoador,num passado que não me lembro)

sexta-feira, 30 de março de 2012

não quero escrever sobre nada

   Nesse momento,minha esperança desaba por meus pés, feito lágrima, feito cansaço. Ninguém vai imaginarque esse texto seja feito pra você. E eu também não posso dar teu nome,porque são coisas tuas, histórias tuas...
  Histórias tuas e eu quase rio, têm como separara tua história da minha? Têm como separar essa história de mim?
  O que aconteceu com nossas lembranças bucólicas? o que aconteceu com tua voz experiente? emaranhou-se no teu nó na garganta, nas tuas desculpas esfarrapadas....
 Todo aquele carinho,aquele cuidado, aquele tempo que você dedicou a mim, foi embora, esmaeceu, ventou...
 Tudo que eu guardei numa caixa de vidro,transparente, para olhar como crianças olham suas caixinhas de música...coisas do passado, que não aconteciam mais, mas eu guardei porque precisava daquelas lembranças...mesmo que você já tivesse esquecido as tuas.
 Como pode você me dizer para confiar em alguém depois disso tudo...depois que você que me conhece tão bem e por tanto tempo,conseguiu me enganar assim? aliás, não só a mim.... o Moralismo perdeu as calças;você, o juízo... mas eu perdi muito mais....
  Eu perdi de um abraço, mas não o seu, porque abraço de urso,ninguém quer!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Tenho Saudade

 Tenho Saudade do tempo em que tudo era mais simples e sobrava-nos tempo para complicar o incomplicável.Só por doce, para ficar tudo mais irreal...
 Eu ainda tinha amigos, negociava figurinhas, e tempos, e segredos. Meu tato vinha sortido pelos teus cabelos, eu precisava sentir você ali. Não se alimentando das minhas inseguranças, mas me alimentando das tuas coragens voláteis. E eu tentando mante-las de pé.
 Eu ainda tinha eu, você ainda tinha você, eu não era sombra, você não era morimbundo...E eu gostava do você em mim, e você gostava do eu em você, e ninguém cobrava o outro em nós.
 Tenho saudade de não ter tempo suficiente, só porque gastava muito tempo me divertindo. Sem pensar no Tempo em si.
 Tenho saudade desse tempo, que não faz muito tempo, mas da fome que me deixou, parece uma eternidade.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Agridoce

  Não sou comida de encher o pote,
mas de lamber os dedos, um sim, outro não.
  Tenho a estranha mania de surpreender quem espera,
mas isso não chega a ser um elogio,
supondo que a decepção também é uma surpresa.
 Nas receitas de minha mãe, sou um bolo que inflou e inflou de esperanças... e solou.
 Quando estou pimenta, mesmo bem vermelha de raiva,
têm vezes, desço doce.
 Eu sei,
 Eu sou só uma mulher.
 E nessa gama toda de sabores,
eu sou a mais acre das meninas bobas,
e a mais doce das vinganças sutis.

 Me surpreendo por ter amigos que ainda se apeteçam de mim,
 mesmo os que aprenderam que sou de se chegar pelas beiradas.
 E que me acompanham com a expectativa de não exagerarem na porção
que arrancam de mim.

 Sim, sou temperamental!
 E sempre erro a mão no tempero.
 E também tem dias que eu sou sem sal.
E nem palavras doces me temperam,
nem o descontentamento me deixa salgada

 Mas o pior disso todo, desse dissabor, desse agouro,
 é nunca saber qual o gosto da próxima colherada que vou ter que enfiar goela abaixo,
e que sei, de ante mão, não será fácil de digerir.

quarta-feira, 14 de março de 2012

...


Por favor, não negligencie minhas nuances,
Eu tenho minhas particularidades.
E sou tão particular que já me senti muito só.
Entenda isso, enxergue meu Diferente,
Aproveita que você habita esse meu oceano
De sentimentos avessos ,
E enamore-se das minhas quinas
Goste dos meus desconcertos.
Porque dos meus acertos,
Todo mundo sabe tirar amor.

Eu espero que você...

Ontem você me jogou no colchão de quatro,
fizemos amor de filme adulto,
contamos palavras chulas  demais para nós dois.
Sim, eu sou sua puta.

Sábado você me ofereceu cerveja,
eu estava puta com você,
você não me fez carinho e quis me comer,
Não, eu não sou uma puta.

Sexta eu quis ir no cinema,
ver um filme bobo de comédia idiota,
você me disse que era pouco,
e perguntou porque eu tava puta feliz.

Quinta eu quis papo cabeça,
você quis discutir,
e quando eu quis dormir e você não,
eu estava com uma puta enxaqueca.

Eu não sou puta,
eu estou puta, na cama, hoje,quando eu quero.
Eu não sou uma mulher só, sou complexa e confusa,
e sou suscetível a  Tpm.

Eu sorrio de algo que critiquei no passado,
sou culta, mas pouco severa e dada a amar a massa,
as vezes eu me acho tão comum, e vejo em você minha particularidade,
então, por favor,não negligencie minhas nuances.

Menina do sorriso muito

   Eu vou falar a verdade, eu minto...sou mulher, tenho minhas licenças poéticas.
   Você não entende nada, é poeta, mas eu mulher, sou a poesia...a sua e a minha.
  Eu finjo muito bem estar sozinha quando estou amando alguém,finjo que amo faltas de amor também, finjo que o salto não está doendo e que não estou desconfortável com aquela piada ridícula daquele seu amigo bêbado.
  Eu finjo que estou afim, finjo que não estou e faço doce... mas o que eu quero mesmo é que você perceba a minha verdade, e cuide dela como sua, porque eu não sei cuidar dela não.
  Eu sou mulher, mas sou fálica, eu me lanço no vento, na paisagem, no tempo, nos braços de um abraço vazio,num homem que não me dá valor, num não que devia ser sim, numa cordialidade forçada, num emprego difícil, num filho mal educado....
 Eu sorrio muito, mesmo quando estou triste, e os vizinhos dizem que sou simpática,e os amigos? que sou alto-astral... Quando eu me dou licença de não sorrir para você escoltar minhas lágrimas até teu peito, você me chama de sem graça,ou culpa os hormônios.
  Eu sou mulher e eu danço.Toda mulher dança, e eu danço descompromissadamente,e comigo mesma, e eu danço bem minha valsa solitária, meu samba de humores, de empregos, de tempos, de tudo.
  Eu sou uma mulher do novo século, que guarda sonhos de donzela, que dorme bem sozinha,nua de si mesma, eu sou mulher que honra a própria companhia,mas que deseja secretamente ter alguém.
 Eu danço muito bem, agarradinha e só,mas queria que você me acompanhasse hoje.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Mais uma sobre o tempo

O tempo rosna e geme macio,
sem atentar para minha vontade,
ele passa, só passa,
ora me arrasta,ora me deixa...

Eu deixo o tempo pra lá.
E se eu não decido, ele bate o martelo
E me condena e absorve,
Contrário ao que eu imaginava,muitas vezes.

Não vou ser clara hoje,
Nem bonita,nem poética.
O tempo, é só o tempo,
E todo mundo o conhece bem.

É em 12 partes um destino, para uns,
É espaço para o messias voltar,
E há quem diga que é relativo,
Para os mais velhos, o senhor da razão.

O tempo seca lágrimas,
Amolece corações,
Faz viverem novas vidas,
E morrerem outras, jovens demais.

Mas para mim ele não é razão de nada,
Nem é muito inteligente ou cuidadoso.
Não chega a ser um jogo, e se for,
Eu não sei como ganhar.

Eu não sou o tempo,
Não sou do meu tempo,
Mas como o tempo,
eu também sei passar.

e ficar.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Eu estou triste hoje....

Eu estou triste hoje, é verdade...                          
mas eu cantei canções que eu lembrei,
e vasculhei meus poemas favoritos,
que são mais meus que de seus próprios autores.

E atuei nos meus próprios dramas, e sonhos.
fui atriz do meu próprio desbaratinamento,
e cai embriagada com tudo que eu sinto demais,
ou seja, tudo.

Eu chorei, confesso, de tristeza mesmo,
e sem motivo claro...e me achei pequena,
me vi envolta a sombras que tive medo de olhar,
de conferir de perto, e me senti só.

E Eu lembrei de meia duzia de gente importante,
digo assim, importante pra mim, que sou o mundo,
e para essa meia duzia de gente que nem sempre é de fato gente,
eu propuz alguns sorrisos, e papos, e tempos...

E o tempo, que leva fama de curador,
cobra suas dívidas com juros de burguês,
e macula o já maculado, e muito,e joga de volta
na nossa cara o que a gente quis esquecer

Mas eu tenho a impressão,
a ligeira e impertinente impressão,
que se eu olhar de cima da minha falta de confiança,
tudo mais e toda a gente será menor que eu.

E é nisso que eu me balanço,
e é nisso que eu me seguro.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ninguém se importa com o poeta...

Faz frio e calor,as noites são as mesmas,
Rotinas de dor,sentimentos escassos.
E o poeta do amor,entregue as lesmas,
Chora sem pudor e marga fracassos.


Não pela falta de sucesso,fama ele tem.
Nem pela fugaz criatividade,nem pelo clima;
Mas pela falta de alguém com quem,
Ele possa viver tudo aquilo que faz rima.

(30/06/2010)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Jogando o jogo

Acorde mais uma vez 5 minutos atrasado,
Corra e não tome seu café direito
Teu chefe não pode esperar.

Sonha acordada e fica parada,
Feito doente entre lençóis manchados
De batons que nunca foram teus.

Vai, joga o jogo dela,
Finge que é amiga, rouba o namorado,
Fala mal, se faz de sexy.

Jogue o Jogo como "o cara",
Mostre pra ele que você é capaz
De conseguir o prêmio que nunca quis.

E vocês vêm me chamar de só???
Porque eu não sorri pra quem eu não quero sorrir?
Porque eu não acho aquela garota vadia, acho burra?
Porque eu não me doo se eles tentam me enganar?

E vem dizer que eu sou idealista?
Eu que não finjo amor nem amigos,
Não tento Deus nem o Diabo, e quero
Que os pecados sejam livres de seus pecados.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mulheres Tolas

 Mulheres tolas gostam de brincar de sofrer mais que de boneca.
Gostam de querer quem não as querem, gostam de querer até quem não querem mais.
Mulheres tolas amam e odeiam demais.

Mulheres tolas gostam de sentir menos, de trabalhar com mais afinco...de dizer que são século 21.
E de se acharem modernas sonhando de princesa num braço de boate, num aperto cafajeste.
Só porque querem sofrer, vêem sofrer, alugam filmes de sofrer, fazem dietas de sofrer.

Mulheres tolas gostam de gostar do que não deviam, ou do que deviam só porque deviam gostar.
Gostam de competir com a outra, odiar a outra, trair a outra...que é tão coitada quanto ela...nem mais nem menos.Mulheres tolas adoram ser tolas...ser Nelson Rodrigues, Capitu de Machado.


Mulheres tolas não querem ser delas, não querem ser pra elas, preferem viver feito regras sociais.
Mulheres tolas são tão normais. que vivem de provocar e esperar.
Que gostam de vestir o imposto, pintar o rosto e guardar um desgosto pra reclamar.

Mulheres tolas não gostam de sexo casual, mas de amor casual.... amor sem pensar, meio louco e sofrido.
Mulhers tolas procuram e fogem de maridos. Fazem o que querem mas só se alguém for gostar
Mulheres tolas não sabem amar.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Homens Bobos

Homens bobos não sabem dizer bom dia, nem escolher uma mulher.
Não sabem reconhecer uma princesa e uma rainha má,nem escolher sua preferida.

Não sabem fazer carinho no cabelo enquanto ela lê, nem guardar as palavras mais bonitas no presente inesperado. Homens bobos fingem não se importar e geralmente não tem muito cuidado.

Homens bobos não sabem dizer que sonham com elas, que pensam nelas,que querem elas e só elas.
Homens bobos não sabem querer só elas. Homens bobos não sabem querer.

Homens bobos não reconhecem fraquezas, abrem sempre o pote de azeitona de primeira, falam grosso sem pestanejar e pensam demais pra dar carinho.

Homens bobos escolhem não escolher, escolhem nem querer direito, escolhem chorar sozinhos.
Homens bobos são homens perfeitamente imperfeitos, escorregadios, sem jeito, que não souberam fazer ninho.


Esse texto é em homenagem a algumas meninas bobas que eu conheço...e alguns meninos também...(não, não estou sofrendo horrores nem comendo potes de sorvete...não estou sofrendo por amor...desculpem derrubar suas expectativas....)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

joelhos ao chão

Era atípico ao menos, eu o vi de longe e logo enamorei...
ensaiei cada detalhe do futuro em comum e fui.  De atirada mesmo, me joguei.
Não poupei de demonstrar a minha simpatia por ele, a minha paixão mesmo.

  No início ele viu com desdem pra todo aquele interesse, me olhou de cima e não deu bola pro meu ego frágil...não me poupou descaso, não cuidou da minha sensibilidade e simplesmente disse que eu não aguentaria viver com ele assim,de mãos dadas por aí.Eu fiquei partida e naquela hora decidi que não queria mais.

 Fiquei gastando as noites no quarto pra esquecer o maldito e não esqueci. Parei tentando recaptular tudo, pesar, medir...tentar enxergar uma vantagem em qualquer um dos lados, que me fizesse sair da dúvida com algo  mais racional que jogar na loteria, mas era meio a meio, bom e ruim em qualquer escolha...deixa-lo ou ficar aqui de vez, e mergulhar de cabeça... eu não era completa em nenhum dos extremos...

 E fiquei entre seguir o coração ou algo mais inteligente...e segui o coração...

Me coloquei na frente dele, sem nenhum ensaio ou fala programada...joelhos ao chão e gritei bem alto pra todo mundo ouvir:
- Futuro, hoje você é meu e eu vou fazer com você o que eu sempre quis.... você me ama e me deseja com anseios inquestionáveis e eu exijo, com o direito de quem quer muito, que você se separe do destino, ele é uma farsa, fique comigo...

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

um par de narizes de palhaço

esse texto é um desabafo pouco lírico e um tanto quanto mal amado...

Eu não me importo mais em tomar banhos de chuva...sem nós na gravata amarrotada.
As pessoas do trabalho querem me dizer que cor do cabelo usar, que esmalte, que palavras cabem bem.
Meus amigos, todos os meus amigos de sangue...
veem meu fracasso e tapam os olhos pro que eu fiz de certo também,
quem me elogia está sempre bêbado e sem muita razão
e se tem, é só um louco pouco usual...
Não, eu não faço nada especial...mas eu não sou daqui....

Não tenho ídolos que me amam, e nunca gostei de amor platônico...
então,eu não idolatro ninguém,
não rezo a deuses que nunca me apareceram, nem para perguntar se eu estou legal...
e se eu vejo mal no que fazem eu sou um filho ingrato, que desconhece a hora certa...

Meu Deus, me diz que horas eu posso viver com o que eu quero, e sem dinheiro, sem essa merda de dinheiro
que você inventou pra me escravizar...

eu sou palhaço, sou mesmo...mas você também é...que espera e não cansa, que pensa e não faz, que vê e não opina, que não pode querer morrer, mas não vive mais....

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

(não tem título ainda, é uma música e eu aceito sugestões)

está escuro, mesmo dia
a solidão aqui, quem diria
mal do século,peste,castigo
tragam o vinho,vêm brindar comigo


eu vou brincar de errar mais uma vez,
vou colocar em dia essa estupidez,
de querer traçar meu caminho sozinho,
desaperceber que preciso de um ninho.


e vou fazer carnaval em dezembro,
e idolatrar qualquer novo manembro,
mas se acaso você me vir por aí,
trate de saber que senti falta de tí


eu vou brincar com você mais uma vez,
vou dançar em par com a sordidez,
e esquecer que eu brinquei comigo,
e morar de vez no meu desabrigo.


eu vou brincar de errar mais uma vez,
vou colocar em dia a estupidez,
de querer traçar meu caminho sozinho,
esquecer que preciso do teu ninho.



e vou fazer carnaval em dezembro,
e idolatrar qualquer novo manembro,
mas se acaso você me vir por aí,
trate de saber que senti falta de tí

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

E vem...

 Põe o teu melhor sorriso e vem comigo,
assim sem se arrumar, sem tempo pra desculpas
e vem...

 Guarda teus medos na gaveta, cria asas de papel,
encontra uma história bonita e vem...

VEM SEM PROCURAR ABRIGO,
QUE HOJE EU QUERO TOMAR BANHO DE CHUVA
E TEM QUE SER CONTIGO....


VEEEEEEEEEEM

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ela também merece um final feliz.

   Ela foi erroneamente educada por filmes românticos e finais felizes.E sempre leu Clarisse pensando como Clarisse sentia,comia, dormia e transava.
   Alias, ela pensava muito...era do tipo que criava um mundo paralelo em sua cabeça, onde tudo era mais que era. E um pingo virava chuva, e um sorriso virava amor. E os homens que ela amava, eram sempre melhores, diferentes, sempre lindos, mesmo feios, estranhamente lindos.
   E um cara que trabalhava com livros virava o intelectual sensível e perfeito pros seus sonhos, e aquele cara aparentemente bacana, virava "O" cara bacana. E ela escrevia assim, eles tão interessantes, e ela escrevia tão bem, que eles mesmo acreditavam.
  Mas ela estava sozinha, quase sempre em grupo. E todos os dias, vestia um sorriso como quem vestia um jeans, mesmo sem querer, só para evitar pensar. E todos a pensavam feliz. E ela chorava, e chorava livros,
e chorava filmes, e chorava amigos....
   E ele achou isso bonito, achou o sorriso bonito, mas também o choro.E achou tudo bonito, até o que ela tentava esconder... Mas ela não era feliz...Ela, para ela, era "A" infeliz.
  Isso até ele resolver ficar mais um tempo depois do almoço, resolver aparecer sem avisar, resolver gostar sem ressalvas do que ela nunca gostou... e ela? Ela se deseducou, se esqueceu, e teve que aprender "Ela", e teve que estudar "Ela", e teve que escrever "Ela" melhor.