domingo, 15 de novembro de 2009

nesse silêncio débil,
que cerca pensamentos e intenções,
as boas e as más...
dançam as lágrimas dos meus olhos tristes


mais secas que nunca...
os pés descalços no chão
lembro das palavras de meu avô...
será é assim tão óbvia minha tolice?

as palavras que quis ouvir
de qualquer transeunte
vieram e eu não ouvi
porque o simples é tão complicado?

vai saber,
não é pra ser...
quem sabe um outro alguém num novo tempo...
hoje não...amanhã talvez





sexta-feira, 13 de novembro de 2009

dona Flor

amantes de 5 minutos
o sexo que ele lhe dava
cobria-lhe as coxas brancas de beijos
aquele beijo tão molhado...

mãos nas ancas a fazê-la gritar
o suor escorria-lhe pelas costas...
marcas de desejo na pele alva da distinta senhora
a desculpa esfarrapada que ao outro inventaria...

mas aquele amor que era amor...
torpor puro...animalesco,bestial...
esses desejo e paixão,
nunca tivera do outro...

esse não,
tinha uma palheta de cores nas mãos,
pintava aqueles atos de luxúria com amor...
e todo aquele emaranhado de mãos frenéticos
que marcavam seu encontro...

despudorava-se com luxúria à presença dele...
florescia... a esposa cinza, florescia...
a prostituta mais voluptuosa...a ninfeta doce..
era para o amante o que queria...
o que ela queria...

ah,se soubessem os vizinhos ...
que a Candida dona Flor,
beata, devota...
era tão amoral naquela cama de cafofo...

não se importava...
era a mulher perfeita para seu marido..
café pronto,sexo dedicado...
todas vontades atendidas a mesa...
com esmero...

mas o desejo era do outro...
e agora o amor...era do outro...
e seu corpo, de verdade... do outro...

(casos e descasos)


tenho medos adormecidos...
esquecidos,
dissolvendo aos poucos minhas entranhas...

seus segundos de lucidez...
maciez e apuro...
(sé é que isso é tua lucidez e não o contrário)
meus quase sempre concretos medos de que tudo que fala
tenha algo roto por trás...

carinho é sofrimento por apreensão
falta de carinho é sofrimento por privação
um labirinto paradoxo de emoções

ironia do destino, sincretismo de idéias
és meu minotauro, como és touro no zodiaco...
devora meus pensamentos mas não os cativa...

Deus diz onde isso irá levar...
Dai-me um novelo Ariadne...tenho que vencê-lo
como Teseu...um só golpe na cabeça...
que não seja de força....













(...)"A palidez dos sapatos gastos, era a mesma da face cansada...

os cabelos negros que outrora compunham e emolduravam sua rústica beleza,agora emaranhavam-se pelo pescoço e barba...

sua obediência servil agora hesitava...




nem o mais fiel dos cavalheiros permaneceria inquestionável

depois de tantos anos de batalhas vãs e tiranias reais injustificáveis

...cansara...
não havia de ser só falta de sorte...



buscaria apenas pela vingança...

viveria por isso e para isso...

acordaria e durmiria para morrer em paz...

um motivo vago e por isso imbatível para seguir...



não queria amor, família ou filhos...não nascera para isso.


As lágrimas que desciam do seu rosto nunca de tristeza, mas de vingança...

as mão empunhadas e rígidas nada serviam para ternura.



não conhecia segurança...nem a felicidade lhe sorrira...

não conhecia definições,conspirações ou coisas do gênero

só conhecia a vida e dela conhecia muito pouco...


mas,

de uma coisa sempre tivera certeza...

o inferno nunca tarda....

(...)




















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comecei(comecei? tá...talvez a algum tempo)...a ter uma invejinha (inha?) desse casais felizes, cheios de apelidinhos fofos e declarações hiperbólicas de "mais lindo,fofo e necessário do mundo"...
comecei a ter inveja desses casaizinhos de namorados...com fotos na internet...com lembranças em cartões...com brincadeiras e sorrisos...
comecei a ter inveja desses casaizinhos felizes...com carinhos...e abraços e beijinhos...com "eu te amos" gritados para todos ouvirem...
começei a ter inveja desses casaizinhos...
e da felicidade...
alguém sabe onde eu compro isso?
casal feliz vende na feira?




terça-feira, 10 de novembro de 2009


pedaço de pele manchado, de você .
antes afeto, agora apego.
se já houvera amor ,
amargo está .
num inicio que não retorna ,
nas mentiras que insistem...

antes,
procuramos o choro por toda parte ,
enquanto sorriamos mentiras.
veio e não se foi... .
ainda está perdido no nó da garganta...

hoje,
te pergunto que vai ser de nós,
quando não houverem nem lágrimas a descer
dos olhos,
nenhuma palavra relevante a dizer,
não haverá mais nada.
que iremos causar p'ra dizer do nosso amor?