domingo, 9 de novembro de 2014

sonhei com barcos navegantes,
braços teus  e embalantes.
eu sinto o cheiro da sua voz.

no meu corpo a sua temperatura,
tão anti-natural e eu me ria,
do seu afago feito quem me chocava.

frios estavam todo o resto,
mesmo além daquelas águas,
e eu mulher valente , agora menina.

sonhei que você me cuidava.

poesia de um amor vulgar



creio que esteja tudo como antes,
nunca calmo, nunca claro.
sem muitas rimas,errando no nexo,
nada muito comun, embora corriqueiro.

eu ainda estou molhada pensando em você,
antes eram os dedos,os lençois de outrora,
nomeados como nossos amantes,
nossas embriagueses de falta de censo.

agora são os olhos, descrentes,
desplicentes,
marcando com melancolia as vississitudes da vida,
que cisma desencontrar almas encontradas.


domingo, 2 de novembro de 2014

verbo

Muda,
e tu a me regar, feito planta.
Falo,
ereto era o tom da voz que empunhas.
Cria,
daquele diálogo que não tivemos,
Feito.
e indizível não fazia rima.





(porque eu sou aquilo que eu não falo,
e você me diz muito...sabia?)

Agora não.

Estou mergulhada em dois copos
um meio cheio e um meio vazio,
nos dois, me afogo.
tudo me falta naquilo que me excede,
por que?
porque não importa de que eu esteja falando,
eu sou e  não sou nada disso.
sou um distúrbio de mim mesma,
um autoflagelo meio altruísta.
escrevo textos para mim,
e dou para os outros lerem.
eles me dizem o que acham,
eu não lhes digo nada sobre o que sou.
e eu nem sei.
dou minha cabeça numa bandeja todos os dias,
mesmo servindo-a para quem me detesta.
afasto-me aos poucos do que gosto.
Fria como a sombra.
tenho medo?
tenho algo?
tenho que saber as minhas respostas,
você pode me dize-las?

agora não.