Estou mergulhada em dois copos
um meio cheio e um meio vazio,
nos dois, me afogo.
tudo me falta naquilo que me excede,
por que?
porque não importa de que eu esteja falando,
eu sou e não sou nada disso.
sou um distúrbio de mim mesma,
um autoflagelo meio altruísta.
escrevo textos para mim,
e dou para os outros lerem.
eles me dizem o que acham,
eu não lhes digo nada sobre o que sou.
e eu nem sei.
dou minha cabeça numa bandeja todos os dias,
mesmo servindo-a para quem me detesta.
afasto-me aos poucos do que gosto.
Fria como a sombra.
tenho medo?
tenho algo?
tenho que saber as minhas respostas,
você pode me dize-las?
agora não.
Não há quem diga
ResponderExcluirCreio que ninguém consiga
Nem nós mesmos
Mesmo a esmo
Tem o frio na barriga
Sempre algo que periga
Mas não nos abriga
Por isso não posso
Só olho o poço
Do alto
E com um salto
A vertigem da queda
Para quem se envereda
É um prazer breve
E um impacto profundo...