domingo, 30 de outubro de 2011

Patologicamente...

    Eu estou cega e patologicamente presa.
Construí uma verdade falsa, assim, meio paradoxa, e me prendi nos castelos cor-de-rosa que construí.
Você certamente não pode me culpar,a imaginação me dá possibilidades que a realidade desconhece...
e nesse mundo pintado, forçado e surreal,eu nunca me machuco sem querer...

    Eu já me senti sozinha, forcei visitantes que minha mente estranhou, tal qual bactérias no meu corpo, e me defendeu,sem minha vontade ou meu esforço, dos visitantes que eu convidei.

   Quando te trouxe para dentro, você olhou minha realidade Salvador Dalí e não entendeu nada. Mas achou bonito.E eu me encolhendo em mim, feito buraco negro, feito câncer, feito quem só sabe estar só, forçando um ballet impenetrável de defesa doce e intransigente.
   E eu senti tanta falta, eu senti falta de você...E quando expulsei tudo que era seu em mim, fui ficando vazia,patologicamente vazia...
   Foi mais ou menos no dia que comecei a matar meus anticorpos, minhas defesas de mim, e a mim, pra você poder habitar por aqui,mesmo que eu já não existisse mais.
  Sigo respirando tipo eutanásia, realidade branda,inspiração fulgaz....
  Mas eu nunca sei quanto vai restar...quantos suspiros mais eu terei...e quando os castelos cor-de-rosa se esvairão feito castelos de areia....
  E eu vou acordar e ver que você se foi e eu, não sou mais eu.

Um comentário:

  1. Tudo nessa vida é incerteza, a certeza real é que somos finitos e devemos viver intensamente.
    Beijokas doces

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