quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

nó na garganta...

    Eu sou tão estupidamente óbvia,tão inutilmente transparente,que você riu de mim quando eu disse ser tão forte...E eu fui me achando tão digna do seu deboche que nem discordei, nem desconcedi...
 
   Eu sempre soube não me perder assim, mas lembrei do que me tomou de surpresa e me calei em respeito ao teu despeito tão cheio de razão...E eu não sou mais tão forte,então...
Eu escutava Beatles ontem na sala, olhando para a janela e lembrando de como tudo começou, tentando tatear aquele momento, a ponto de lembrar qual era o gosto daquele refresco na sua boca...tentei sentir as entranhas apertando, não comportando o sentimento que tinha dentro de mim...forcei a memória, mas eu fui tão transparente que até a memória riu de mim.
   Se eu pudesse escolher um poder para ter, escolheria voltar no tempo... e se eu tivesse um tempo para voltar,seria aquela noite...alguma coisa minha ficou ali, de tão forte que era a minha vontade de guardar aquela sensação para sempre. Levar num relicário num cordão longo que chegue ao coração, a foto, o sorriso e o carinho para lembrar que um dia o mundo não existiu e você foi tão meu quanto eu fui sua...sem pios e sem decepções, que passaram tão despercebidas que nem vento fizeram nos nossos cabelos.
  Só você e eu...
 Mas nem sempre o silêncio é a deixa pro beijo, nem sempre o beijo,é o final da discussão... Nem sempre a boca do culpado é o autor da desculpa, e  nem sempre o perdão é borracha boa.
Antes da tempestade vem a bonança, e depois talvez venha só a memória afinal....
 Mas a coragem não é boa arrumadora de malas, e a esperança se veste bem de infortúnio...
 E eu fico,sem saber onde, mas fico.

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