sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Maria, a louca


...Que ela correria na metade final do percurso
não era difícil presumir, espantoso foi ver para onde correu...

A maioria das pessoas pensa que limitar-se seja um caminho regressivo
e pouco sábio... talvez não...

Deram 5 horas da mesma tarde de todos os dias...desceu da asa daquele passarinho
e foi tomar do mesmo chá da burguesia...muito ouvia, nada falava...
era A Louca, não a conselheira...A Louca, não a ponderada...
A Louca, não a sapiente...

Mas eram eles quem gastavam o dia olhando para fora...para aquelas janelas vazias...
sempre os mesmos assuntos...sempre as mesmas respostas....sempre julgando seus julgamentos errados e irrepreensíveis...

Ela ouvia...sempre ouvia...horas e horas da mesma ladainha...nada falava... nunca queria
Era quando saia, que a verdadeira discução acontecia...na sua cabeça... jorros de sabedoria banhavam seus sonhos... insalubres visões se coloriam...e ela ria...
Nada muito possível,nada difícil de palpar...quem diria...
Então ela sentia...
Tudo que falava boca para fora não condizia, na verdade, com coisa alguma que dizia para si...não era blefe...
Não poderia dizer, de qualquer modo qualquer coisa que vivia cabeça adentro, pois para esse mundo não serviam, para essas cegueiras, eram insípidos...

Guardava seus pensamentos e suas visões,suas cores particulares... para onde era realmente livre...sua Gaia particular...onde mais então, viveria maria? A Maria Louca, senão na louca cabeça de Maria

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